Grave acusação contra Slimane: a voz de "Mon Amour" encara processo criminal por assédio
Episódio coloca mais trevas na edição de 2024 do Eurovision
Uma queixa de assédio sexual contra o cantor francês Slimane foi registrada na última quarta (28) no tribunal de Saint Étienne, referente a um incidente entre 17 e 18 de dezembro de 2023. A vítima, que é um homem, afirma que o cantor o pressionou fisicamente contra uma parede após um show e lhe solicitou favores sexuais. Depois de recusar, ele diz ter recebido dezenas de mensagens de teor sexual.
O ministério público regional aguarda provas da defesa da vítima para iniciar a investigação, na qual ambas as partes serão ouvidas, conforme informou o promotor David Charmatz para a Radio France. A pena e multa, por lá, é de um ano de prisão junto à 15 mil euros de indenização.
O caso, revelado esta tarde pelo jornal Le Parisien, traz mais choques e trevas para a edição do Eurovision de 2024, na qual ele terminou no Top 4 - melhor marca francesa desde o vice-campeonato por Barbara Pravi (em 2021). Naquela altura do episódio, ele era revelado como o primeiro artista da temporada, junto à primeira canção (“Mon Amour”).
Com a participação no festival, além da pré cerimônia de abertura dos jogos de Paris 2024 e de outros projetos em andamento, o artista vencedor do The Voice França de 2016 estava a solidificar sua presença na música francesa e internacional, destacando-se como uma figura de inovação e dedicação ao seu trabalho artístico - que pode ser manchado.
Nesta sexta-feira (01/11), Slimane estará em Cannes para a premiação da Rádio e TV NRJ, junto a outros nomes como Maneskin (campeões de 2021, pela Itália), Amir (2016, detentor da terceira maior marca do século aos franceses) e Isaak (um dos destaques de 2024, pela Alemanha).
Jornal francês acusa France TV e TF1 de protecionismo e La Zarra ganha oportunidade
Na quarta-feira (30), o jornal Le Parisien, em seu segundo artigo sobre o caso, enfatizou o questionamento sobre a TF1, que exibe o reality The Voice Kids, e a France TV, emissora pública responsável por sua participação no Eurovision, por terem protegido o cantautor de questionamentos sobre o caso.
O jornal soube de informações importantes sobre quem era a vítima e se havia a possibilidade da formalização de um processo em janeiro, dois meses antes da acusação da cantora francesa de origem canadense, La Zarra, de racismo por parte da delegação francesa do Eurovision durante sua representação em 2023.
Naquele episódio, a emissora se defendeu considerando um “ultraje”, boicotando a cantautora. Agora, a emissora se vê na pior de suas polêmicas - uma vez que, mesmo com a presunção de inocência, protegeu um cantautor (que a sucedeu) envolvido em uma situação absolutamente incomparável. Abre aspas:
No início de 2024, a investigação chegou aos ouvidos da Indifférence Prod, a empresa de administração que cuida de Slimane. Seu chefe, Saïd Boussif, ficou furioso. Em uma mensagem de texto, ele zombou do fato de que estávamos “bisbilhotando há semanas em busca de algo que nunca encontraremos e que, acima de tudo, não existe”. Foram dadas ordens para que ele parasse de falar com o Le Parisien. No início de abril, o cantor nos desprezou ostensivamente quando fomos vê-lo ensaiar sua música em Londres, durante um show de preparação para o Eurovision, diante dos fãs.
Reportagem do Le Parisien, em 30 de outubro de 2024
Na quinta, 31 de outubro, Slimane chegou em Cannes para os ensaios da sua apresentação na premiação da rádio francesa NRJ. Conta-se que houve atrasos para este e outros ensaios. Procurada, a rádio e a TF1 afirmam que uma vez que exista a presunção de inocência, ele se apresentará normalmente assim como concorrer ao premio de artista francófono da temporada. Resta saber se sagrará vencedor mesmo assim, uma vez que a produção do premio anunciou até grande aumento na votação telefônica.
Enquanto isso, até o presente momento, não tivemos uma manifestação de La Zarra nas redes - que segue focando em suas apresentações mundo afora e se juntar às vozes pela retirada de Israel no Eurovision, devido aos gravíssimos e incomparáveis ataques ao povo palestino e libanês. Mas já é sabido que a canadense, incontestavelmente inocentada pelo tempo, ganha uma oportunidade de colocar a France TV nos tribunais.
Justiça francesa recebeu as provas e acusação é formalizada
Segundo a AFP (publicado no Le Monde), o Ministério Público da região de Saint Étienne confirmou que recebeu o material que estava aguardando antes de abrir uma investigação preliminar para “assédio sexual agravado pelo uso de um meio digital ou eletrônico”, disse o promotor David Charmatz à Agence France-Presse.
Com isso, Slimane (que pode ter a presunção de inocência), está formalmente na condição de acusado pelo episódio que coloca em xeque o futuro de uma carreira que tinha tudo para ser promissora.
Todas as informações serão atualizadas o mais breve possível.